domingo, 18 de abril de 2010

A Ressureição do Alice in Chains


Lendo a Playboy de outubro (sim, a Playboy tem leitura), na semana passada, notei uma tímida página que falava sobre cultura, filmes e música. Logo ao fim da página, uma manchete em letras reduzidas dizia "O Grunge Não Morreu". Vi que a reportagem fazia referência a dois álbuns lançados no final de 2009, o Backspacer, do Pearl Jam e um outro álbum preto, o qual o editor não mencionou o nome do autor.

Contudo, uma frase enigmática no pequeno texto me chamou a atenção: "...William DuVall substitui nos vocais o falecido Layne Staley...". A partir daí percebi que a matéria tratava do novo álbum do Alice in Chains. Fiquei surpreso com este álbum, pois a banda havia se dissolvido após a morte do vocalista Layne Staley, em abril de 2002, por overdose de "speedball" (combinação de cocaína com heroína).

Staley tinha uma voz inconfundível, profunda, triste e parecia estar sempre lamentando algo quando cantava. Dava um ar sombrio e misterioso às performances do Alice in Chains. Basta ouvir Down in Hole para entender.

Segundos após ler a resenha, fui para a internet buscar o download do álbum Black Gives Way to Blue, que em tradução de enorme licença poética, significa "o luto dá lugar ao lamento". Mais ou menos isso.

Concluído o download, rodei a primeira música, e quase caí da cadeira: a voz e forma como DuVall canta tem mórbida semelahança com Staley. Sentia como se fosse o próprio Staley cantando, vivo. Como se nada tivesse acontecido.

Voltei a 1992, ao álbum Facelift e identifiquei nesse novo disco o bom e velho Alice in Chains, vigoroso, sombrio e pesado, sem perder sua identidade inicial.

Staley é inimitável e ficará na história do "grunge"/metal, da música e da própria banda.
Já DuVall honra seu antecessor a cada frase, cada estrofe, a cada música. Um substituto de respeito à Staley. E um substituto em respeito à Staley.

Um grata supresa para mim. O grunge não morreu! E o Alice in Chains ressucitou, vigoroso como nos velhos tempos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Fiasco

O Brasil de Pelotas foi o protagonista, no sábado passado, de um dos maiores fiasco de seus quase 100 anos de história: a eliminação precoce do Campeonato Gaúcho da Segunda Divisão. Ficou em sétimo lugar, de um total de oito (o oitavo foi o também pelotense, Grêmio Atlético Farroupilha), sendo que dos oito, seis passariam para a fase seguinte.

Acompanho o Brasil desde os anos 80, e jamais tinha visto um time tão ruim, desqualificado e sem vontade. Por piores que fossem os times passados, os jogadores entravam em campo com a faca entre os dentes, e buscavam a vitória a qualquer preço.

Desde o acidente, eu sempre enxergai uma grande motivação da diretoria, dos jogadores, da torcida e todos que de um jeito ou de outro queriam um Xavante maior e melhor. Conseguimos um bom patrocínio, setorizamos o clube, melhoramos a estrutura, o alambrado, a drenagem.

Além disso sempre achei (e continuo achando) que o trabalho do Presidente Hélder Lopes era bem feito. Ele arrumou as contas e desfez a mácula de contumaz inadimplente criada por outras administrações. Elevou o nome do Brasil a bom pagador de salários, situação que nos rendeu uma matéria na Zero Hora e nos sites do Grupo RBS.

Apesar de todo o esforço, um clube de futebol não se resume apenas ao setor administrativo. Precisa entrar em campo, jogar, ganhar, lutar e, acima de tudo, buscar metas que devem ser tratadas antes do início dos campeonatos. Precisa de bons jogadores.

Em 2010, toda a boa impressão que tive do clube desapareceu. Não vi um único bom jogador no time (e isso inclui Jair e Alex). Não vi mobilização da torcida. Não vi luta em campo. Não vi organização.

Tivemos períodos ruins em outras épocas, todos sabem. Mas jamais ficamos pelo caminho da forma como ficamos: apáticos, derrotados e resignados. Em outras épocas, a torcida lotaria o Bento Freitas e cobraria com veemência a luta dos jogadores e atitudes da diretoria. As vezes, com excesso de veemência.

Este nem isso. Pingados mil e poucos torcedores viram uma magra vitória de 1 a 0 e a eliminação na primeira fase. Sairam ordeiramente do estádio, de cabeça baixa rumo às suas casas.

O resultado dessa segundona nada mais é do que espelho de erros históricos desta e de outras administrações. Acredito que os dirigentes devam entender tanto de futebol, quanto de administração. Não adianta confiar a contratação de jogadores a uma única pessoa, nem contratá-los por DVD.

Que tudo isso seja recebido como uma grande lição e sirva para que possamos recuperar nosso orgulho.

Agora, o Xavante só volta a campo em agosto. Muito tempo para que possamos parar, pensar e ajustar o que está errado. Senão, com Caxias e Juventude no nosso grupo, a Série D do Brasileiro é certeza.

De se lamentar os brados de alguns que querem o oportunista retorno da dupla Érico/Montanelli. Afinal, eleições no fim de ano...