segunda-feira, 26 de outubro de 2015

TEIMOSIA



Alvariza. Joaquinzinho. Galego. Tibirica. Claudião. Giovanni. Vanderlei. Barão. Duarte. Marcola. Ordinário. Salustiano.Três Cu. Hélio. Bira. Gilson. Luizinho. Cléber.Régis.  Nena. Breno. Milar. Martini. Zimmermann. Azocar. Felipão. Montanelli. Bento. Todos estes e tantos outros, como diz o hino, “tem o seu nome gravado na história”.

No último sábado, às 18:07 do já histórico dia 17/10/2015, todos estes nomes vieram às mentes xavantes por todo o Brasil. O apito final que selou a passagem do Brasil de Pelotas para a Série B do Campeonato Nacional nos fez relembrar um lindíssima, mas bastante sofrida história que já dura 104 anos.

Todos os nomes que construíram o Brasil nesta trajetória urraram das gargantas rubro-negras após os 90 minutos da pior agonia que já pude sentir e de inacreditáveis milagres de São Eduardo Martini.

- É SÉRIE B!!!!!!

Gritamos todos.

De corações taquicárdicos, mãos suadas e olhos marejados, anos e anos de sofrimento e luta alcançaram, finalmente, algo maior pelo qual sonhávamos e muito além do que estamos acostumados. Além do trabalho exaustivo, mas incansável daqueles que fazem o Xavantes nos seus bastidores, do amor incondicional e da devoção ensandecida de todos seus torcedores, um predicado foi fundamental para chegar até aqui: A TEIMOSIA!!

Sim!! Quem conhece bem a história do Xavante sabe por quantos e quantos revezes o clube passou e se viu obrigado a superá-los. Muitos times, por muito menos, já teriam desistido. Mas não o Brasil.

Já nos seus tenros 14 anos de vida, o Brasil perdeu o seu estádio próximo a estação férrea de Pelotas por conta de uma dívida com o Banco da Província. Poderia estar ali o fim deste clube que, por pura teimosia, resolveu continuar suas atividades num terreno qualquer do bairro Simões Lopes.

Em 1939, o então Presidente Bento Mendes de Freitas foi mais teimoso e disse: - “O Brasil tem que ter um estádio” e, desse sonho, a Baixada foi erguida e inaugurada no ano de 1943. Não à toa o estádio leva o seu nome.

Após duas décadas douradas nos anos 50 e 60, vieram as dificuldades dos anos 70 e todos os sinais nos diziam: - Chega! Parem com isso!

Licenciado de competições oficiais no ano de 1974, não nos demos por vencidos e novamente a teimosia falou mais alto. Resolvemos continuar e em 1985 chegamos aonde jamais imaginávamos chegar: o terceiro lugar na Taça Brasil daquele ano.

Depois disso, uma dezena de anos de maus resultados, rebaixamento, umas poucas alegrias e muita dificuldade. Apesar disso, nada nos fez desistir.

Em 2009, o pior de todos os nosso pesadelos: o acidente que matou Giovanni, Régis e Milar. Não bastassem as irreparáveis perdas humanas, o clube teve que pagar indenizações, jogar o Gauchão com um time qualquer. Enfrentou um rebaixamento anunciado já no início do campeonato.

Veio o ano do centenário e fracassamos na segundona e também na Série C, de onde fomos tirados pelo canetaço do STJD, nos rebaixando à Série D, que acabamos por perder no ano seguinte. Só o que nos restava era a segundona gaúcha, situação que faria muito time desistir de tudo. Mas não o Brasil!

Eis que em 2012 surge o mais teimoso de todos os sujeitos: ROGÉRIO ZIMMERMANN. Ele nos fez acreditar que poderíamos ir além, que poderíamos pensar em algo maior e finalmente voltar a sorrir.

Campeão da segundona gaúcha em 2013 não perdemos tempo e emplacamos o bi-campeonato do interior em 2014 e 2015, três classificações seguidas para a Copa do Brasil em 2014, 2015 e 2016, chegamos a Série D em 2014, conseguindo o acesso para a Série C e, há pouco mais de uma semana atingimos o ápice com o acesso à Série B do Nacional, lugar que nunca estivemos na era dos pontos corridos do Brasileirão.

O significado desse acesso para quem viveu e sofreu com todas as agruras, especialmente dos últimos anos, vai muito além de uma mera classificação à segunda divisão nacional, mas significa transcender a todos os limites possíveis e imagináveis, superar uma luta incessante desses 104 de existência e, principalmente, honrar todos aqueles nomes lembrados lá no início, e tantos e tantos outros que doaram seu tempo e suas vidas a fazer do Xavante o que ele é hoje, com as coisas boas e ruins já vividas.

Os gritos e lágrimas daquele 17/10/2015 exorcizaram todos os demônios que nos acompanhavam, nos dando a certeza de que chegamos a um novo patamar.

É. Os negrinhos da estação chegaram lá! Com amor, paixão, dedicação, trabalho, incentivo, devoção e, claro, muita teimosia!!

AVANTE, XAVANTE!!!

domingo, 2 de novembro de 2014

Confusão (com o dedo apontando pro responsável errado) e Final Marcada

Há algum tempo li o livro Memórias de uma Guerra Suja, que trouxe relatos e confissões de Cláudio Guerra, ex-agente do DOPS que contou fatos e o modus operandi do órgão de repressão da época da ditadura militar.

Dentre as técnicas utilizadas pelo órgão, estava o da repetição da sua própria verdade. Ele conta que tinham um alvo a eliminar e atacavam este alvo num momento de vulnerabilidade, mesmo que houvessem outras pessoas como testemunhas.

Relata ele que um determinado alvo se encontrava em uma parada de ônibus com várias outras pessoas em volta, relaxado e distraído. Aproveitando a exposição do alvo, os agentes do DOPS o surpreenderam e o abateram com vários tiros. Eram 3 sujeitos brancos que desceram de um Opala azul.

Tão logo o burburinho das testemunhas começasse a se formar, outros 3 agentes do DOPS chegavam ao local e começavam a comentar com outras pessoas que eram 2 negros, num Chevette branco, apontando a fuga em direção oposta a que acontecia e, logo, as testemunhas que, mesmo vendo fatos diferentes daqueles narrados, passavam a relatar o fato como os agentes do DOPS estavam relatando.

Ou seja, tal a certeza dos relatos dos agentes do DOPS (que as pessoas não sabiam ser do DOPS), que aquela mentira constantemente repetida e repetida acabava se tornando verdade.

É o mesmo que estão tentando fazer com o jogo do Brasil em Londrina.

Foi o Londrina que criou um clima de batalha, fazendo postagens ofensivas no Facebook, chamando o jogo de batalha do Café e se colocando em posição de superioridade com a frase "Xavantes, respeitem a hierarquia".

Agora, sem saber perder, querem fazer com que a confusão do jogo seja atribuída ao Brasil, como se nós tivéssemos iniciado toda a confusão.

As imagens são claríssimas! Há um vídeo postado no site da ZH que mostra, aos 3:30 do vídeo, que o Rogério Zimermann vem entrando no campo de costas, fugindo de uma dezena de pessoas ligadas ao Londrina, alguns identificados com o uniforme do time, inclusive.

Os jogadores percebem e logo partem em defesa do técnico, sendo que há um bate-boca, uma confusão e empurra-empurra entre os jogadores, mas sem nenhuma agressão. Logo, a imagem corre para uma agressão gratuita ao cinegrafista da RBS e o Eduardo Martini entra na confusão dispersando o bolinho, sendo que em seguida ele mesmo é agarrado pela camisa, empurrado, chutado e aí a confusão se generaliza.

Sinceramente, já vi esse vídeo uma centena de vezes buscando alguma culpa do time Xavante, mas nada encontrei e só o que eu vi foram estes fatos que relatei acima e que estão disponíveis no link postado, para quem quiser tirar suas próprias conclusões.

A verdade, é que o Londrina não suportou a frustração de ser eliminado deste campeonato, pois tinham a melhor campanha e achavam que seria moleza levar o campeonato. Perderam a invencibilidade na baixada e levaram mais gols do Brasil (5) do que no resto do campeonato todo (4) e daí acabaram descontando com violência.

Confusões, brigas e agressões a parte, final de Brasileiro, só na Baixada!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

RENASCIMENTO

Enfim, passados mais de um ano da minha última postagem, eis que me ocorre de revigorar este nada acessado blog. O assunto, como não poderia deixar de ser, o meu querido Xavante, que este ano está teimando em me fazer sorrir, depois de anos verdadeiramente tristes.

A postagem anterior, feita lá em julho de 2013, relatou o primeiro passo da minha postagem atual, que foi originalmente publicada no blog Crônicas de um Fã, do meu amigo Luciano Coimbra.

Sem delongas, até porque o texto e razoavelmente grande, reproduzo a publicação feita no Crônicas, de minha autoria (esperto voltar aqui para escrever sobre o título da Série D).

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SAIU!!!!!!!
Esse texto estava para ser postado desde terça, mas fui boicotado pelo meu PC nesses últimos dias.
Mas nada iria me abater e fazer com que eu não publicasse um baita texto, como eu mesmo falei para o meu grande amigo Marcos Souza, vulgo Peri ( twitter.com/PeriBatera ).
Esse texto dele é mais que uma comemoração pela conquista da vaga à Série C, é um desabafo frente a tantos acontecimentos com o Xavante nos últimos anos.
Segue na íntegra o texto que recebi para publicar aqui no blog. Vale muito a leitura!!!
“Mais que um acesso
 Inspirado por vários e vários textos lidos nestes últimos dias, venho ocupar algumas linhas do Crônicas de Um Fã, do meu velho amigo Luciano Coimbra, para tentar, no mínimo tentar traduzir o sentimento de um torcedor Xavante com a classificação do último domingo.
 Aos olhos incautos, a festança de segunda-feira pode ter sido exagerada, afinal apenas conquistamos um mero acesso para a TERCEIRA divisão do Campeonato Brasileiro.
 Para o torcedor Xavante, contudo, não é um mero acesso, mas um renascimento. A saída de um período nebuloso, o fim de um ciclo de perdas e revezes que se iniciou em 2009, numa curva mal feita na BR-471, em Canguçu.
 Ali, o Brasil não só perdia três importantes figuras de seu elenco, mas perdia o chão, a orientação. Desmantelados há 7 dias da estreia do Gauchão daquele ano, ficar de fora do campeonato não era uma opção, pois o time tinha compromissos financeiros, deveria pagar indenizações, possuía um custo operacional a ser honrado. No fundo todos sabiam que o Brasil estava rebaixado já naquela reunião emergencial da FGF, pois não havia condições psicológicas, físicas, humanas e financeiras. Foi desumano.
 O ano de 2009 prometia ser vitorioso com a contratação de jogadores de qualidade, fornecimento de material pela Wilson, patrocínios de maior vulto financeiro e equilíbrio das contas e dívidas do clube. Mas 2009 sequer começou. Maldita curva.
Seguiram-se os anos e desde este fatídico acidente o Brasil foi acumulando frustrações: a eliminação na Série C nas quartas de final de 2009, o fracasso no acesso em 2010, a má campanha na Série C de 2010.
 Eis que vem o ano do centenário do clube, em 2011. Os lançamentos do livro e DVD do centenário, com a história do clube revista e ampliada trouxe ao torcedor a certeza de que os tempos ruins eram parte do passado.
 Novamente, fracasso no acesso ao Gauchão e uma campanha sofrível na Série C, mas suficiente para permanecermos no certame no ano seguinte. Não fosse o Cláudio.
 Cláudio era o nosso lateral direito naquele ano. Contratado junto ao Ituiutaba (atual BOA Esporte), ele fora expulso no último jogo da Terceirona do ano anterior, de modo que deveria cumprir um jogo de suspensão automática.
 Mas, ao solicitar os registros do atleta à CBF e à Federação Mineira, nada constava em sua ficha, e o Brasil escalou o atleta para o jogo de estreia contra o Santo André, quando vencemos por 3 a 2 lá em São Paulo.
 Acabamos punidos pelo STJD, insensível à falha da CBF que informou a inexistência de punições ao atleta, e perdemos 6 pontos, o que resultou no rebaixamento à Série D. Logo no ano do centenário…
 Em 2012, nova esperança. Chegamos à final da Copa Hélio Dourado, a famosa copinha do interior, uma das migalhas de FGF costuma dar ao interior todos os anos. O adversário era o Juventude, atolado em dívidas e com salários atrasados. Seus jogadores ameaçavam não entrar em campo. Mas entraram. E depois de vencerem no Jaconi e de segurarem 4.325 chutes a gol dados pelo Brasil, nos tiraram este título, que seria um alívio para nossas almas.
 Para piorar, ainda caímos fora da Série D e, consequentemente, ficaríamos de fora de uma competição de nível nacional nos próximos anos.
 Que sina! Será que um dia sairíamos desta escuridão?
 A esperança, contudo, é algo que nunca falta ao torcedor Xavante e ao final de 2012 uma eleição acabou mudando os rumos dessa história. Com os sucessivos fracassos decidiu-se pela eleição de uma figura nova, que nunca tinha presidido o clube e Ricardo Fonseca, o Ricardinho, assumiu a batuta desta instituição.
 Inicialmente criticado por sua atuação e suas ideias, Ricardinho trouxe ao clube o grande maestro da virada que estava por vir: Rogério Zimermann. Cativou a confiança deste talentoso treinador, que se mostrou fiel e montou um grupo de jogadores que reciprocamente se mostrou fiel à sua filosofia e à própria administração do clube.
 A segundona de 2013 se abria para o Xavante. Subiam 3 clubes. Bastava ganhar um dos dois turnos do campeonato para subir. Não era difícil e chegamos bem e fortes à final do primeiro turno, contra o São Paulo de Rio Grande. No primeiro jogo, um baile Xavante, apesar do apertado 1 a 0. De antemão, já nos sentíamos aliviados pelo acesso á primeira divisão.
 Mas nossa sina não estava por acabar. Pelo menos não naquele segundo jogo da final. Após perdermos por 1 a 0, a derrocada veio pelas mãos do goleiro Luciano, do São Paulo, ironicamente um pelotense, Xavante e que estava naquele ônibus tombado em 2009.
 Quanta frustração!
 O destino só nos permitiu explodir no segundo turno, quando vencemos o Aimoré e finalmente celebramos o retorno à elite gaúcha, a correção de uma das maiores injustiças já feitas com um clube de futebol neste estado e neste País. Era o primeiro passo para a superação.
 Mas precisávamos retomar o caminho das competições nacionais e foi perseguindo este objetivo que o time se fechou em volta de Zimermann. Foram galgando degrau por degrau, ponto por ponto. Fizemos uma belíssima campanha no Gauchão desde ano que nos deu o título de Campeão do Interior e, com o terceiro lugar da competição, a valiosíssima vaga na Série D.
 Nos agarramos a ela como a nossa última oportunidade de renascer, de recuperar o direito de jogarmos as competições que jogávamos lá em 2009, ambas surrupiadas por decisões administrativas. Mas não seria fácil, como nunca é.
 Pegamos um grupo duríssimo e classificamos em primeiro lugar. Passamos pelas oitavas em cima do Operário/MS, com direito a um extraordinário 4 a 0 no jogo de volta na Baixada, e chegamos às quartas de final, para enfrentarmos o Brasiliense. Enxergávamos a Série C ali, a dois jogos de distância. Dois jogos, meu Deus!!
 Esses dois jogos foram de uma tensão inexplicável. No primeiro, Baixada lotada e o Brasiliense abriu o placar logo aos 15 minutos. Rostos tensos, mas esperançosos viram a virada no segundo tempo, sacramentando o 2 a 1 e a pequena vantagem para o jogo de volta.
 No jogo de volta, os 1000 Xavantes que rodaram os 2.341 km que separam Pelotas de Taguatinga quase perderam as esperanças ao ver o time da casa logo abrir o placar. Tiveram certeza do pior com o segundo gol, ambos marcados por Luiz Carlos, ex-atacante Xavante e autor do gol mais rápido da história do clássico Brapel, aos 18 segundos de jogo. Mais uma ironia sem a menor graça.
 Nena nos devolveu a esperança com o gol de desconto e o jogo se arrastou no desértico cerrado brasileiro indo para os pênaltis, onde o mesmo Nena desperdiçaria a primeira cobrança. Mas no gol tínhamos Eduardo Martini, gigante durante o jogo e preciso nos pênaltis, para defender duas penalidades e nos dar o tão sonhado retorno a Série C.
 Por tudo o que passamos desde o acidente, a classificação é mais do que uma simples classificação. É a possibilidade de suspirarmos forte, um alívio e uma libertação para que finalmente pudéssemos começar aquele ano de 2009.
 Mais do que um acesso, a vitória sobre o Brasiliense simbolizou o fim definitivo de um ciclo de fracassos e derrotas que se abatera sobre nosso clube. Um período sombrio que se encerra, do qual não encontrávamos saída.
 Este acesso significa libertar a alma para voltarmos ao que éramos antes de 15 de janeiro de 2009. Significa saber que superamos as adversidades e um perigosíssimo flerte com o encerramento das atividades do clube, pois quem está de fora não sabe o quão destruidor foi aquele acidente.
 Superamos tudo e todos. E, como dizem, um Xavante vive de esperança, paixão e loucura. A esperança nunca nos deixou, a paixão está sempre conosco a cada jogo e a loucura meus amigos, essa saiu do fundo de nossos corações neste domingo épico que ainda não acabou.
 AVANTE, XAVANTE!!”

domingo, 21 de julho de 2013

É o fim!

Não, senhores leitores. Não se trata do fim deste blog. Mesmo porque, tacitamente, ele já acabou faz tempo.

É que neste gelado e chuvoso 20 de julho de 2013 me enchi de roupa e fui até à Baixada para o embate final entre Brasil X São Paulo de Rio Grande e lá vi o fim! O fim do campeonato sim, mas muito mais do que isso, presenciei o fim da grande URUCUBACA em que o Brasil se enfiou desde 15 de janeiro de 2009.

Naquela curva mal feita da RS-471, no final do dia 15 de janeiro de 2009, perdemos coisas demais além da vida de importantes pessoas para o nosso clube. Naquela mesma noite mergulhamos na maior urucubaca de nossa história, que começou dias depois, com a decisão-sanção da FGF que decretou nosso rebaixamento antecipado.

As versões são variadas, mas pelo que me consta, graças ao Estatuto do Torcedor e à rejeição de alguns clubes à proposta, o Brasil viu-se OBRIGADO a entrar no Gauchão de 2009 para jogar em pé de igualdade com os demais clubes. Uma igualdade teórica ou nem isso, porque tivemos que montar uma equipe com uns jogadores cedidos, outros emprestados (e imprestáveis) e alguns que "sobraram" do acidente, sem falar em jogar 8 partidas em 15 dias, viajar estrada afora pouquíssimos dias após uma tragédia, sem condições de treinar, etc.

Só um jumento cego não enxergou que o rebaixamento foi imposto naquela reunião da FGF.

Caímos para a segundona depois de 5 anos e, achávamos nós que a recuperação seria rápida. Terrível engano. Fomos bem na série C e classificamos para jogar a semi-final contra o América-MG. Era vencer e chegar à Série B do brasileiro no ano da tragédia. Uma glória, seria.

Mas lá estava ela, a urucubaca. No dia do jogo no Bento Freitas, um dilúvio alagou o campo que ficou impraticável. era impossível jogra futebol e gol, então, nem se fala. Num dado momento, parecia que Deus olhava para nós, quando um pênalti foi marcado a nosso favor. Mas logo, o diabo deu um jeito de escolher Cassel para a cobrança e bola passou léguas acima do travessão do América. Num jogo onde mal se conseguia parar em pé, desperdiçar aquela chance era impensável. Fomos eliminados numa derrota natural em Minas.

2011, ano do centenário do clube. Alguns traumas começavam a ser superados e o mágico Bento Freitas era cercado de muita expectativa e de esperança de comemorarmos os 100 anos de volta à Série A do gauchão. Fomos mal, não subimos e, para completar a melancolia centenária, fomos rebaixados no tapetão da Série C do brasileiro, por um erro de informação da própria CBF, que  permitiu que escalássemos um jogador que deveria cumprir suspensão.

No ano seguinte, novamente desclassificados na segundona e eliminados na Série D do brasileiro.

Eis que surge um pingo de esperança: após uma bela campanha na copinha do segundo semestre, chegamos à final com o Juventude, o que seria a nossa chance de escolher uma vaga na Série D do brasileirão e de ganhar alguma coisa depois de muito tempo. Jogamos bem em Caxias. Saimos vencendo, mas permitimos a virada, terminando o jogo com uma derrota por 2 a 1.

Nada mal, afinal bastava vencer por 1 a 0 no Bento Freitas na volta que seríamos campeões.

Mas ela, a urucubaca estava lá, desta vez na voz 10 mil Xavantes que cantavam o mais urucubaquento grito que já se ouviu: "Eu acreditoooo! Eu acreditooo!". Nada funciona tao mal quanto este grito.

Depois de uns 2645 chutes contra o gol do Juventude sem a bola entrar , o apito final do árbito encerrou aquele que seria apenas mais um capítulo da velha urucubaca.

Sempre digo que quem não viveu, como torcedor apaixonado, este momento complicado da nossa história, faz troça com a nossa desgraça e não consegue entender que tempos angustiantes vivemos desde 15 de janeiro de 2009. E quem não viveu esse momento, não entende a nossa necessidade em extravasar além do razoável. Mais do que o acesso ou de um título, ainda que da segunda divisão estadual, a noite de hoje tem um significado especial que deve simbolizar a morte da urucubaca, para que possamos deixar o 15 de janeiro de 2009 para trás e para que consigamos, agora sim, reerguer nosso querido Xavante.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tenho um blog que não acesso há quase 6 meses, por falta de tempo, de inspiração e de interesse.
Eis que vejo as estatísticas que me mostram que, mesmo assim, tenho 105 acessos no mês passado, 6 acessos no dia de hoje, e mais de 5800 acessos em todos os tempos.
Seria o caso de reativá-lo e voltar a falar as inutilidade que eu falo??

domingo, 20 de maio de 2012

Desempenho Pífio

Não vou me alongar demais em descrever tudo que li e ouvi até agora sobre o ano Xavante. Muito quis escrever mas, como não me fiz presente no estádio este ano e não vi o time pessoalmente, preferi me abster e observar de fora.

Contudo, o resultado de hoje, derrota em casa para o Brasil de Farroupilha, por 2 a 0, somado as pesadas críticas de torcedores e amigos no twitter, me levaram a fazer um levantamento do desempenho Xavante jogando em casa, pois já há algum tempo, me chamou a atenção a falta de bons resultados.

Eis que vi, em 10 jogos, foram apenas 4 vitórias, com outros 4 empates e 2 derrotas. 30 pontos disputados, 16 conquistados e um percentual de míseros 53, 34%! POUCO MAIS DA METADE DOS PONTOS DISPUTADOS FORAM CONQUISTADOS!

E ainda queremos disputar a Série C.
Deus nos acuda!

Os resultados:

Brasil 1 x 0 Inter-SM
Brasil 1 x 1 Riograndense
Brasil 3 x 1 Rio Grande
Brasil 1 x 1 São Paulo-RG
Brasil 2 x 2 14 de julho
Brasil 1 x 0 Guarany-Cam
Brasil 1 x 2 Guarany – VA
Brasil 3 x 3 Riopardense
Brasil 3 x 0 Farroupilha
Brasil 0 x 2 Brasil-FAR

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Liminar, Festa e um Perigo

Saio da minha reclusão de tantos meses longe deste blog para escrever sobre duas coisas do meu dia-a-dia: O Xavante e o Direito. Isto porque o dia de hoje foi movimentado pela concessão de efeito suspensivo ativo em recurso de agravo de instrumento, pelo Tribunal de Justiça. A decisão permite que o Brasil seja reintegrado na Série C do Brasileirão, ainda este ano.

Este caso ficou conhecido com o 'Caso Cláudio'. O Brasil foi denunciado pela escalação irregular deste jogador, na Série C do ano passado e, após vencer em primeira instância administrativa, foi punido no STJD com a perda de seis pontos, o que nos deixou em último na tabela e, consequentemente, nos rebaixou à Série D. Se não tivéssemos perdido os pontos, ficaríamos a frente do Santo André, pelo saldo de gols.

Pois bem. Inconformado com essa decisão, o Brasil se utilizou de um expediente de alto risco: mover uma ação judicial contra a CBF, a FGF e o STJD. Digo de alto risco porque as normas da CBF não permitem que o clube questione a decisão do STJD perante o Judiciário, a chamada "justiça comum". Há previsão, inclusive, de desfiliação.

Assumindo o risco, o Brasil ajuizou o processo nº 001/1.12.0085508-7, distribuído à 12ª Vara Cível. Desconheço o teor do pedido formulado na petição inicial, mas em resumo, a juíza Geneci Ribeiro de Campos entendeu que o caso deveria passar por melhor produção probatória, não se permitindo a concessão da liminar para a reintegração do clube na Série C de imediato. Deferiu, contudo, o pedido para que a CBF e FGF ficassem impedidas de desfiliar o Brasil pelo ajuizamento da ação na Justiça Comum.

Foi desta decisão que o Brasil recorreu. Utilizou-se de um recurso chamado Agravo de Instrumento, que serve para questionar a decisão do juiz de primeiro grau, que é reanalisada pelo Tribunal de Justiça.

Para aqueles que não estão acostumados com os meandros do direito, esclareço que o recurso, após protocolado com a observância de algumas formalidades que não vem ao caso explicar, é distribuído a um dos órgão julgadores do Tribunal, as Câmaras. No caso, a 12ª Câmara Cível que é composta pelos seguintes Desembargadores: Des. José Aquino Flôres de Camargo (Presidente), Juiz Convocado Victor Luiz Barcellos Lima, Des. Umberto Guaspari Sudbrack, Desa. Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout e Des. Mário Crespo Brum.

Depois de distribuída, sorteia-se, dentre os integrantes da Câmara, um relator que, no caso, foi atribuída ao Des. José Aquino Flôres de Camargo. Ele analisa se estão preenchidos os requisitos que a lei exige e recebe (ou não) o recurso, permitindo o seu processamento e julgamento pelo Tribunal.

Como o pedido do Brasil exigia uma decisão imediata, foi concedido pelo relator o efeito suspensivo ativo, que funciona como uma liminar em sede recursal, que suspende a decisão da juíza de primeiro grau e ainda atribui uma modificação à decisão. O site do Tribunal de Justiça não disponibiliza o inteiro teor da decisão, mas consta no Agravo 70048692768 a anotação de deferimento do efeito suspensivo ativo. Já na capa, o site traz em destaque a notícia da ordem de reintegração, onde menciona que houve ordem de inclusão do Brasil já na Série C deste ano. LINK.

A decisão foi comemorada com festa. Dizem alguns que o Bento Freitas foi tomado pela torcida. No twitter a hashtag #XavantenaSérieC chegou aos Trending Topics. Muitas pessoas parabenizaram o clube, dizendo que merecia a liminar, etc e tal. Euforia!

Como Xavante fiquei profundamente feliz, afinal quero ver meu time na Série A do Brasileirão. Mas analisando friamente, o temor me toma conta. Explico.

A decisão prolatada hoje, ao contrário do que muitos andam falando por ai, foi concedida em caráter precário e ainda será reanalisada pela 12ª Cãmara Cível do Tribunal. Isto porque o Des. Aquino não prolatou uma decisão monocrática, com caráter definitivo, mas concedeu um efeito suspensivo ativo. Melhor explicando, CBF, FGF e STJD terão a oportunidade de apresentar os seus fundamentos contrários aos do Brasil e, após estas manifestações, o recurso vai a julgamento pela Câmara, oportunidade na qual, além do Des. Aquino, Relator, votarão mais dois daqueles quatro desembargadores restantes que eu mencionei acima.

Portanto, cada um firmará sua opinião, que poderá ser a mesma da decisão de hoje, ou não. E aí reside o meu medo. Lido diariamente com isso. Decisões judiciais são imprevisíveis e a modificação desta decisão do Des. Aquino pela Câmara pode ser um desastre. E o cumprimento dela também vai ser um samba do crioulo doido.

Eu sei que texto está longo e chato, mas me acompanhe, nobre leitor.

A Série C começa agora, dia 26/05. Neste curto período o Tribunal (que não tem nada de ágil) tem que publicar a decisão e intimar CBF. FGF e STJD para que estes cumpram o determinado. Antes da intimação deles, não se pode exigir a presença do Brasil na C. Ou seja, há grande risco de o Brasil ficar de fora da primeira ou primeiras rodadas. A Série D, por sua vez, começa no dia 27/05 (O Brasil jogaria na Baixada contra o Arapongas/PR).

Ou seja, num período mais curto de tempo ainda (a contar da intimação da CBF), terão que organizar duas competições birolhas, a Série C com 21 clubes e a D com 34, encaixar datas, horários, despesas, escalações de arbitragem e tudo mais que envolve a realização de um campeonato de futebol de nível nacional. Sem falar que, entendo eu, a CBF terá que comunicar os clubes de ambas as Séries a respeito da inclusão do Brasil, até porque isso afetará o cronograma de todos.

Imaginemos agora que, lá por setembro, o Tribunal modifique esta decisão e entenda que não seria o caso de incluir o Brasil na Série C por liminar, mas que o caso exige melhor analise e merece aguardar por sentença. Tá armado o forrobodó! Sim, porque, se não era caso de inclusão na Série C, o Brasil não estaria apto a joga-la e, portanto, os jogos realizados não teriam validade alguma. Além disso, o Brasil, que teria direito a jogar a Série D, não a teria jogado e ai, creio eu, que a CBF não dará colher de chá e o Brasil ficará sem nenhum ponto na D. Ou haveria outra forma de solucionar este problema? Afinal, vários meses e muito jogos teriam sido realizados até lá. Nunca esquecendo que essa movimentação toda afeta nada menos de 54 outros clubes.

Claro que a previsão de julgamento é incerta, tanto no prazo quanto no resultaro. Poderia acontecer, inclusive, depois de terminados os campeonatos deste ano, o que é um prazo bem provável para o nosso Tribunal. Poderá ser mantida ou modificada, não se sabe.

O problema todo está no efeito reverso dessas decisões. E se cair a liminar recursal? E se, no mérito, a ação for improcedente e cair a abstenção de desfiliação? Os demandados não se esquivarão à briga e também não sei, politicamente, qual a imagem que o Brasil vai deixar nas federações. Se já era preterido, agora ficará impossível.

Quero registrar aqui eu não deixo de reconhecer o empenho do corpo jurídico do clube que tem dado a alma por esta causa. Confio na competência do Dr. André Araújo, ex-Presidente do clube e que está a frente desta empreitada e espero, do fundo do meu coração, que todos os meus temores vierem pó e o Brasil seja definitivamente reintegrado à Série C.

Contudo, o perigo está no ar e, como torcedor apaixonado que sou, não posso deixar de expressar minhas preocupações e riscos que corremos, pois um derrota seria catastrófica.

Que tudo corra bem! E rumo ao Bento Freitas para empurrar o time na Série C!!



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eterna E




Eu sempre gostei de tecnologia, mas nunca fui um grande fã das redes sociais. Nunca tive Orkut, por exemplo. Comecei devagarzinho com o twitter, mas jurei que não me dobraria a ‘esse Orkut da moda’ chamado Facebook. Entretanto, por onde eu ia, meus amigos e conhecidos me perguntavam: tu és meu amigo no Facebook?

A sociedade me pressionou e sucumbi ao Facebook. Apesar de nem entender direito como aquilo funcionava, comecei a encontrar amigos (os de verdade, que conheço pessoalmente) e logo havia localizado pessoas que não via há muito anos. Alguns há quase 20 anos. Começava a gostar dessa rede.

Num dia qualquer, digitalizo uma fotografia de 1990, tirada na escada do Salão de Festas do Colégio Gonzaga. A 7ª E posava para a “foto oficial” que o colégio instituíra naquele ano. Como eu havia localizado várias figuras daquela época pelo Facebook, achei que seria oportuno recordar aquele momento.

A despretensiosa postagem, surpreendentemente, desencadeou um sem número de comentários dos colegas e lá pelas tantas surgiu a idéia de nos reunirmos novamente. Pensei: Claro, por que não?

Levamos a idéia adiante, criamos um grupo no Facebook e graças a isso nos reaproximamos. Organizamos uma festa, marcamos alguns encontros “pré-festa”, combinamos detalhes da organização, relembramos histórias, estórias e fatos, revelações, declarações de amor não correspondidas, demos muita risada. Colegas do primeiro e do segundo grau se misturavam numa alegre comunhão. Um pequeno aperitivo do que viria no dia 23 de dezembro.

Acordei eufórico naquela sexta-feira, nervoso pensando se tudo daria certo como havíamos planejado. Corri para o Dunas as 9hs da manhã. Me encontrei com colegas e acertamos detalhes que estavam sob nossa responsabilidade. Deixamos o resto na mão do serviço contratado e corremos para o Gonzaga, onde encontraríamos outros colegas no pátio.

Aos poucos, apesar de sentidas ausências, foram chegando: sozinhos, com seus maridos e esposas, com suas famílias. Nos olhávamos, nos reconhecíamos, nos abraçávamos. Muitos de nós eram amigos inseparáveis na época do colégio mas que, por circunstâncias da vida, haviam se separado e nunca mais se visto.

Percebemos que éramos extremamente íntimos, mas ao mesmo tempo não sabíamos nada um do outro. Fomos sabatinando e sendo sabatinados a cada encontro, a cada abraço.

Depois de uma rápida, mas tocante ‘tour’ pelo colégio (com direito a foto na detonada sala de química), fomos todos ao Dunas, local na nossa festa, onde vivemos uma tarde mágica. Parecia que jamais havíamos nos separado. Quantas boas lembranças, quantas risadas.

Voltei de Pelotas com o espírito renovado, feliz por ver tantas velhas-caras-novas que serviram para me mostrar que nossa convivência no colégio nos permitiu construir sinceras amizades, verdadeiramente eternas, que o tempo e a distância não souberam apagar.

Apesar de ter que me dobrar à genialidade dos criadores das redes sociais que nos permitiram a reaproximação, não troco nenhuma ferramenta tecnológica pelo abraço, pela conversa e pelo momento que vivemos naquele 23 de dezembro.

Eterna E!!
Quero vê-los novamente!! Muito breve!!!


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ser Xavante


Para quem está de fora, ser xavante é algo incompreensível. Vejo isso na cara das pessoas aqui em Porto Alegre. Me perguntam (com sotaque dengoso, claro): - Bah, véio, tu é Colorado ou Tricolor? Daí respondo: - Nenhum! Sou Xavante!

O interlocutor olha, fica sem resposta e diz: -Ah!

Na cabeça dele passam mil tentativas de entender o porquê disso. Ele deve pensar que eu poderia torcer para um time campeão do mundo e bicampeão da américa, com grande estádio, torcidas às centenas de milhares. Mas ele não entende essa paixão que nos move.

As vezes, eu mesmo me pegunto, que sentimento é este que nos reúne em torno do Brasil? Porque sempre acreditamos? Porque, aconteça o que acontecer, temos esperança que tudo vá mudar?

Tudo isso é totalmente incompreensível para quem não é Xavante e não sente a paixão que sentimos.

Muitas vezes, somos maltratados pelo nosso próprio time. Vivemos angustiados, preocupados, nervosos... e ainda assim, enchemos as arquibancadas, colorimos os estádios (sim, estádios! O Brasil teve torcida até no Acre) com nossas cores e mostramos a todos o nosso sangue e a nossa raça. Somos capazes de cruzar o Brasil (país) em devoção ao Brasil (de Pelotas)!

Não importa se o título não vem! Se a classificação não chega! Se a vitória não acontece! Sempre estaremos lá, acreditando, sofrendo, rezando, chorando, vibrando, sorrindo, lamentando, cantando, TORCENDO!! Não fugimos à luta, como diz o hino do nosso país xará.

Ser Xavante é tudo isso ao mesmo tempo, e só quem é Xavante sabe o arrepio que dá quando a Garra faz sua clássica chamada... tum-tum, tum-tum-tum.... seguido de um ensurdecedor EEEEEEEEEE!!! e depois nossa marca registrada:

RUBRO-NEEEEEE-GRO-O!!

Ninguém nos compreende e jamais compreenderá. Só sendo Xavante pra entender!!

Avante com todo o esquadrão!!
FELIZ CENTENÁRIO

PEL 07/09/1911 - POA, 07/09/2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Rock Morreu! (?)

O questionamento não é novo e até hoje não se encontrou resposta. E não á aqui que ela vai aparecer. Primeiro, porque nada mais difícil do que definir o que seja o rock ou rock and roll. Aliás, muitos afirmam que o rock and roll é diferente do rock. Sabe-se lá qual a diferença. Segundo, porque cada pessoa tem seu própio gosto musical e sua própria percepção dessa dúvida.

Não sou especialista em música, nem sou bom de rótulos ou definições. Apenas sou um voraz consumidor de música, apaixonado pela arte e um praticante eventual de bateria. E sinceramente, não sei definir exatamente o que seja o rock.

Quando penso no que seja o rock, logo penso em 3 bandas: AC/DC, Rolling Stones e Led Zeppelin.Pra mim, este três tem a cara do rock and roll. Claro que sei que o rock vai muito mais além dessas bandas.

O rock é eclético e tolerante. É algo que reúne diversas tribos, sons, ritmos e culturas. Parece contradição, mas o rock é pop.

Maior prova disso é motivo pelo qual se definiu o dia de hoje como sendo o "Dia Mundial do Rock". Esta data assim se definiu em razão do festival Live Aid, realizado neste dia, em 1985, em prol do combate a fome na Etiópia.

Neste festival, tocaram nomes de peso, como Led Zeppelin, The Who, Queen, Dire Straits, Eric Clapton e Black Sabbath. Mas também foi um festival que acolheu Madonna e Michael Jackson, grande ídolos pop, pra quem muito roqueiro torce o nariz.

Isso demonstra o quão eclético pode ser o rock e o quão difícil pode ser definí-lo. Diria até que é impossível traçar uma definição objetiva e, justamente, por isto, não se pode afirmar que o rock morreu ou não.

Mas posso afirmar que o coitado está na UTI!!

Eu havia feito um post há certo tempo que chamei de "Os Anos Criativos", destacando excepcionais álbuns que foram lançados entre 1990 e 1991. Nesta época surgiram, na minha opinião, as últimas grande obras do rock moderno, época em que descobri Black Crowes, Living Colour, Pearl Jam, Soundgarden, Nirvana, Alice in Chains, Ben Harper, Red Hot Chilli Peppers, Jamiroquai e tantos outros que enriqueceram a música naquela época. Sem falar nos anos 70, lógico.

Hoje em dia, tenho grande dificuldade de encontrar música de qualidade por aí. É cada vez mais raro identificar um grande talento, dentre tantas celebridades produzidas e fabricadas simplesmente como um negócio. Não que eu seja contra a venda de produtos pelo músicos. Claro que não.

Contudo, entendo que a música é uma arte e, como tal, não consigo concebê-la na forma como é feita modernamente, com visuais exagerados e forjados, músicas de composição terceirizada e milhões de dolares em muito, muito marketing que acaba por convencer qualquer um que determinado lixo é cool! E daí nasce um hit, nasce um ídolo e até um mito.

O rock tá aí. De gosto duvidoso, mas anda por aí.

Agora, se o rock morreu, cabe a cada um responder!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

199 de Pelotas

Sinto saudade da minha terra!!!

Há 8 anos deixei Pelotas para trás e dei início à minha trajetória profissional em Porto Alegre, onde acabei me estabelecendo, casando e tendo o meu filho. Viver aqui não é tão bom quanto em Pelotas, mas não posso me queixar daquilo que construí aqui. Olhando para trás vejo o quanto evoluí neste curto período.

Nesses 8 anos de Porto Alegre, vi o afastamento gradual dos vínculos que me prendiam à Pelotas. Vários amigos já não moram mais lá, meu pais faleceram, criei vínculos por aqui e, e visito a querida Princesa com menor frequência.

Hoje, quando fui em casa lamber a cria e almoçar, assisti ao Jornal do Almoço que apresentou uma pequena matéria sobre os 199 de Pelotas. Bastaram umas poucas (e belíssimas) imagens da cidade para que muitas memórias viessem à minha cabeça.

Já na primeira tomada, uma imagem da Catedral e do Gonzaga, colégio querido cujas cores defendi no time de handebol por 11 anos (continuei a vestir a camisa após sair do colégio). As imagens me trouxeram lembranças de momentos lá vividos, de professores, colegas e amigos que resistiram ao tempo e à distância.

Lembrei de um tempo mais remoto, dos veraneios no Laranjal, da casa do Vô Elysio lotada de gente, das festas de aniversário animadas pela tresloucada (no melhor dos sentidos) da Cely Maurício, das 'aventuras' noturnas de bicicleta pelas escuras ruas do Laranjal. Lembrei da Procópio, da época que Pelotas era cheia de riqueza.

Nada se compara a estar em Pelotas, passear no centro e encontrar diversos amigos. Nada melhor que dobrar a esquina e ouvir um grito de algum conhecido: PERI!! (ou "NEGÃO!!). Rememorei a época das festas: Nostravamos, Circuito Alternativo, Engenho Santa Inácia, Satolep, Palativm, Supérfluo e tantos outros lugares, repletos de vida, de alegria e de amizades. Tive saudade dos velhos tempos que, infelizmente, não voltam nunca mais.

Ao mesmo tempo em que lamentei o fato de não poder reviver momentos tão felizes que passei em Pelotas, fiquei feliz de ver a cidade radiante e otimista, na expectativa das comemorações do bicentenário. Ao que parece, o povo, empresários e políticos estão engajados na luta pelo desenvolvimento de Pelotas, encontrando nesta marca histórica o momento adequado para arregaçar as mangas. E que este bicentenário nos traga prosperidade.

Espero que um dia possa voltar. Se Deus quiser, em breve!

Parabéns, Pelotas!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Virgil Donati

ANIMAL!!!
Não consegui encontrar palavra que melhor definisse a workshop apresentada pelo Virgil Donati, hoje à tarde em Novo Hamburgo. Foi um grande privilégio aos entusiastas e amantes da bateria, por míseros R$ 40,00.

Esse Australiano de 52 (!!!) anos iniciou nesta semana a tour brasileira de sua clínica, que consiste num showzinho-humilhação-de-bateristas, algumas explicações sobre a técnica musical dele e resposta a algumas perguntas.

Neste pequeno espaço, Virgil Donati conseguiu mostrar porque hoje pode ser considerado um dos melhores bateristas do mundo. Rápido, versátil, vigoroso, criativo e extremamente habilidoso. Todos os adjetivos lhe servem. Fez um solo de quase 30 minutos, no qual esbanjou técnicas de toque duplo nos bumbos, levadas em tercina, compassos ininteligíveis e inclusive uma levada com 3 hi-hats!!

Donati explicou que sua carreira começou aos 3 anos de idade, que abdicou de muitas coisas em sua vida para estudar bateria, e que estuda, no mínimo, 3 horas diárias, sem contar os ensaios, as horas compondo, as gravações e shows. Tudo isso faz dele um dos bateristas mais bem conceituados da atualidade.

Bela oportunidade de ver de perto esse grande músico.

Pra quem não o conhece (o que é gravíssimo) vai um vídeo do rapaz espancando sua bateria.



domingo, 8 de maio de 2011

Renova-se a Vida

Hoje, segundo domingo de maio, foi o dia das mães. Datas como essa, para mim, tinham passado a ser mais um daqueles momentos em que sentia imensa saudade de meus pais. Especialmente nesta época, porque dia das mães e próximo do aniversário do meu pai, em 12 de maio.

Pra quem não me conhece, conto um pouco dessa história. Em 2006 perdi meus pais num intervalo de 3 meses. Primeiro foi minha mãe, que faleceu em 21 de março de 2006, após longos e angustiantes 9 dias de UTI, vítima de um derrame no tronco cerebral. Ficamos todos atônitos, sem saber o que fazer, imóveis. Uma situação incompreensível.

Meu pai, como é natural, ficou bastante triste e deprimido (eram casados há 38 anos), assim como o resto da família. Pouco tempo passou e uma péssima surpresa ainda estava por vir: em 8 de julho de 2006 meu pai foi encontrado em sua cama, já sem vida, pela Dilma (Silveira, não a Rousseff) que trabalhava lá em casa. A causa mortis foi um fulminante infarto, certamente acelerado pela tristeza que se instalara nele três meses e alguns dias antes.

Puxaram nosso tapete! Acabaram-se minhas referências na vida. Me senti sozinho, apesar de ter ao meu lado minha esposa, meu irmão e vários outros amigos e familiares

Meu irmão passou a querer exercer o papel de pai, mãe e irmão. Tudo ao mesmo tempo. E o tem feito até hoje.

Por alguns anos vivi triste, apenas deixando os dias irem e virem. Para mim, vivia uma situação absurda e incompreensível. Inexplicável, afinal de contas eles eram novos demais para morrer (62 e 67) e foi tudo muito rápido e inesperado. Sinceramente, pelo menos nos anos de 2007 e 2008 não me lembro muito bem do que fiz ou deixei de fazer.

Mas o tempo cura alguma feridas, modifica sentimentos e a gente percebe que, talvez, o que ocorrera jamais tenha uma explicação lógica e que a vida tem de continuar. Após algum tempo, passei a lembrar dos meus pais por lições, ensinamentos, frases, momentos engraçados e tudo mais que pudesse trazer boas lembranças junto do pensamento. Passou a dor e ficaram as boas memórias.

Entretanto, era inevitável que no dia dos pais ou das mães, por serem datas especiais bombardeadas por propagandas que nos lembram disso a todo momento, eu sentisse mais falta deles e relembrasse, na minha mente, de momentos e situações vividas com eles.

Mas este ano tudo mudou. O dia das mães teve um sabor bem mais especial: foi o primeiro que passei ao lado da minha esposa após termos tido o nosso Otávio, hoje com 48 dias, que nos traz tanta alegria, dia após dia. Aliás, um dado curioso é que ele nasceu dia 21 de março de 2011, exatos 5 anos após o falecimento da minha mãe.

Talvez esta coincidência tenha vindo para substituir uma data triste por outra alegre. Não significa que eu vá esquecer o que acontecera em 2006, mas com certeza servirá para aplacar sentimentos de tristeza que se substituirão a celebração do aniversário do Otávio.

E esta coincidência também serve para mostrar que a vida esta sempre em progresso. Acontecem coisas boas e coisas ruins. Uns morrem, outros nascem. E assim a vida segue, dinâmica imprevisível e sempre se renovando e reinventando. Me resta relembrar, agradecer e tentar, pelo menos tentar ser, para o Otávio, tão bom pai quanto meus pais foram para mim.

FELIZ DIA DAS MÃES!!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

9 Anos

Vai aí uma pequena notinha, intempestiva, diga-se, para lembrar dos 9 anos de formatura completos ontem, dia 22 de fevereiro.

Me recordo que nas celebrações dos 90 anos da Faculdade de Direito da UFPel, que ocorreu concomitantemente ao término do curso pela nossa turma, eu e o Magal ficávamos nos imaginando nos festejos dos 100 da Casa de Bruno.

Ele se via Promotor, eu me via Juiz. 9 anos depois ele é Defensor Público, eu Advogado.

O tempo passa. E as ideias mudam.

Saludos aos colegas da ATB 2002/2!!
P.S.:
desde o dia 23/02, quando fiz esta postagem, este blog bateu um recorde impensável de acessos: foram 2 (dois)!
E no acesso da amiga, colega formanda e blogueira Márcia Só, fui repreendido pelo erro na contagem dos anos de formatura que, em verdade, foram 8 e não 9.
Este erro ocorre todos os anos comigo. Primeiro porque sempre fui péssimo em matemática. Depois porque findamos o curso em 2002, mas por causa de greves e falta de datas para a realização da cerimônia, nossa colação de grau somente aconteceu em 22/02/2003 (dois mil e três) e não 2002 como eu sempre penso.
Outra data que sempre acaba me induzindo em erro é o fato de que a Faculdade de Direito de Pelotas (a de verdade) foi fundada em 1912. Como nos formamos nos 90 anos da Faculdade, impossível não fazer a relação com o centenário, que acontecerá em 2012.
Esclarecida a burrice, fica emendado o presente post para que o título passe a ser “8 Anos”, ficando claro que em 22/02/2011 a ATB 2002/2 completou 8 anos de formatura

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fazendo Justiça


Bom... no post anterior eu me queixei do desleixo do Xavante em buscar seus 10.000 sonhados sócios. Pois bem, venho aqui fazer justiça e reconhecer o esforço do clube.

Alguns dias depois de escrever aquele post, resolvi entrar no site e encontrar um canal de comunicação via e-mail, daqueles que a entidade nunca responde e faz-de-conta que não recebeu. Enviei um despretensioso e-mail relatando minha angústia em tentar e não conseguir me associar. Pra minha surpresa, recebi resposta logo cedo no dia seguinte, com as fichas de associação, orientações, valores e conta para pagamento da mensalidade.

Preenchi os dados, enviei o comprovante de depósito e alguns minutos depois recebi a confirmação de associação, bem como o link para um ambiente pessoal de controle das mensalidades. Primeiro mundo.

Pedi meu cartãozinho de sócio por correio, com a certeza que não receberia. Quatro dias depois estava com ele não mão!

Parabéns ao xavante pelo atendimento ao distante torcedor!

A propósito, se alguém ler essa coisa aqui, for xavante e quiser se associar à distância, enviem e-mail para socios@gebrasil.com.br. Serão muito bem atendidos.