Eu sempre gostei de tecnologia, mas nunca fui um
grande fã das redes sociais. Nunca tive Orkut, por exemplo. Comecei
devagarzinho com o twitter, mas jurei que não me dobraria a ‘esse Orkut da moda’
chamado Facebook. Entretanto, por onde eu ia, meus amigos e conhecidos me
perguntavam: tu és meu amigo no Facebook?
A sociedade me pressionou e sucumbi ao Facebook. Apesar
de nem entender direito como aquilo funcionava, comecei a encontrar amigos (os
de verdade, que conheço pessoalmente) e logo havia localizado pessoas que não
via há muito anos. Alguns há quase 20 anos. Começava a gostar dessa rede.
Num dia qualquer, digitalizo uma fotografia de 1990,
tirada na escada do Salão de Festas do Colégio Gonzaga. A 7ª E posava para a “foto
oficial” que o colégio instituíra naquele ano. Como eu havia localizado várias
figuras daquela época pelo Facebook, achei que seria oportuno recordar aquele
momento.
A despretensiosa postagem, surpreendentemente,
desencadeou um sem número de comentários dos colegas e lá pelas tantas surgiu a
idéia de nos reunirmos novamente. Pensei: Claro, por que não?
Levamos a idéia adiante, criamos um grupo no Facebook e graças a isso nos reaproximamos. Organizamos uma festa, marcamos alguns encontros “pré-festa”, combinamos detalhes da organização, relembramos histórias, estórias e fatos, revelações, declarações de amor não correspondidas, demos muita risada. Colegas do primeiro e do segundo grau se misturavam numa alegre comunhão. Um pequeno aperitivo do que viria no dia 23 de dezembro.
Acordei eufórico naquela sexta-feira, nervoso pensando se tudo daria certo como havíamos planejado. Corri para o Dunas as 9hs da manhã. Me encontrei com colegas e acertamos detalhes que estavam sob nossa responsabilidade. Deixamos o resto na mão do serviço contratado e corremos para o Gonzaga, onde encontraríamos outros colegas no pátio.
Aos poucos, apesar de sentidas ausências, foram chegando: sozinhos, com seus maridos e esposas, com suas famílias. Nos olhávamos, nos reconhecíamos, nos abraçávamos. Muitos de nós eram amigos inseparáveis na época do colégio mas que, por circunstâncias da vida, haviam se separado e nunca mais se visto.
Percebemos que éramos extremamente íntimos, mas ao mesmo tempo não sabíamos nada um do outro. Fomos sabatinando e sendo sabatinados a cada encontro, a cada abraço.
Depois de uma rápida, mas tocante ‘tour’ pelo colégio
(com direito a foto na detonada sala de química), fomos todos ao Dunas, local
na nossa festa, onde vivemos uma tarde mágica. Parecia que jamais havíamos nos
separado. Quantas boas lembranças, quantas risadas.
Voltei de Pelotas com o espírito renovado, feliz por ver tantas velhas-caras-novas que serviram para me mostrar que nossa convivência no colégio nos permitiu construir sinceras amizades, verdadeiramente eternas, que o tempo e a distância não souberam apagar.
Apesar de ter que me dobrar à genialidade dos criadores das redes sociais que nos permitiram a reaproximação, não troco nenhuma ferramenta tecnológica pelo abraço, pela conversa e pelo momento que vivemos naquele 23 de dezembro.
Eterna E!!
Quero vê-los novamente!! Muito breve!!!