Há algum tempo li o livro Memórias de uma Guerra Suja, que trouxe relatos e confissões de Cláudio Guerra, ex-agente do DOPS que contou fatos e o modus operandi do órgão de repressão da época da ditadura militar.
Dentre as técnicas utilizadas pelo órgão, estava o da repetição da sua própria verdade. Ele conta que tinham um alvo a eliminar e atacavam este alvo num momento de vulnerabilidade, mesmo que houvessem outras pessoas como testemunhas.
Relata ele que um determinado alvo se encontrava em uma parada de ônibus com várias outras pessoas em volta, relaxado e distraído. Aproveitando a exposição do alvo, os agentes do DOPS o surpreenderam e o abateram com vários tiros. Eram 3 sujeitos brancos que desceram de um Opala azul.
Tão logo o burburinho das testemunhas começasse a se formar, outros 3 agentes do DOPS chegavam ao local e começavam a comentar com outras pessoas que eram 2 negros, num Chevette branco, apontando a fuga em direção oposta a que acontecia e, logo, as testemunhas que, mesmo vendo fatos diferentes daqueles narrados, passavam a relatar o fato como os agentes do DOPS estavam relatando.
Ou seja, tal a certeza dos relatos dos agentes do DOPS (que as pessoas não sabiam ser do DOPS), que aquela mentira constantemente repetida e repetida acabava se tornando verdade.
É o mesmo que estão tentando fazer com o jogo do Brasil em Londrina.
Foi o Londrina que criou um clima de batalha, fazendo postagens ofensivas no Facebook, chamando o jogo de batalha do Café e se colocando em posição de superioridade com a frase "Xavantes, respeitem a hierarquia".
Agora, sem saber perder, querem fazer com que a confusão do jogo seja atribuída ao Brasil, como se nós tivéssemos iniciado toda a confusão.
As imagens são claríssimas! Há um vídeo postado no site da ZH que mostra, aos 3:30 do vídeo, que o Rogério Zimermann vem entrando no campo de costas, fugindo de uma dezena de pessoas ligadas ao Londrina, alguns identificados com o uniforme do time, inclusive.
Os jogadores percebem e logo partem em defesa do técnico, sendo que há um bate-boca, uma confusão e empurra-empurra entre os jogadores, mas sem nenhuma agressão. Logo, a imagem corre para uma agressão gratuita ao cinegrafista da RBS e o Eduardo Martini entra na confusão dispersando o bolinho, sendo que em seguida ele mesmo é agarrado pela camisa, empurrado, chutado e aí a confusão se generaliza.
Sinceramente, já vi esse vídeo uma centena de vezes buscando alguma culpa do time Xavante, mas nada encontrei e só o que eu vi foram estes fatos que relatei acima e que estão disponíveis no link postado, para quem quiser tirar suas próprias conclusões.
A verdade, é que o Londrina não suportou a frustração de ser eliminado deste campeonato, pois tinham a melhor campanha e achavam que seria moleza levar o campeonato. Perderam a invencibilidade na baixada e levaram mais gols do Brasil (5) do que no resto do campeonato todo (4) e daí acabaram descontando com violência.
Confusões, brigas e agressões a parte, final de Brasileiro, só na Baixada!