No dia 28 de janeiro tive o privilégio de assistir pela segunda vez o show da melhor banda de heavy metal de todos os tempos, o Metallica.
Nascido em 1981, o Metallica dispensa apresentações. Mesmo antes de lançarem o primeiro álbum, o Metallica foi afastado da tour do Ozzy Osbourne, para quem abriam o show. Motivo: faziam mais sucesso que astro.
Originalmente formando pelos líderes James Hetfield e Lars Ulrich, a primeira formação tinha no baixo Ron McGovern e nas guitarras Dave Mustaine, formação que se desfez antes da gravação de Metal Up You Ass, primeiro álbum da banda, rebatizado para Kill 'Em All, em 1983. Para o lugar deles, Kirk Hammett e Clif Burton.
O Metallica foi o criador do thrash metal, que é gênero derivado do puro heavy metal, com alguns toques de instrumentalidade e que permite alguns dedilhados e músicas mais elaboradas.
O sucesso de Kill 'Em All foi tão grande que logo no ano seguinte, em 1984, veio o segundo álbum da banda, Ride The Lighting, que reúne vários clássicos como For Whom The Bell Tols, Creeping Death (que abriu o show do dia 28), dentre outras.
Em 1986, foi lançado Master of Puppets que, para mim, é melhor álbum da banda, perfeito do início ao fim. Mas foi neste mesmo ano, na tour de lançamento do álbum que um acidente ceifou a vida do excelente Cliff Burton, em uma estrada da Suécia. Parecia o fim da banda, que cancelou a tour e saiu de cena por algum tempo.
O retorno veio com o lançamento do EP Garage Days Re-Revisited, repleto de covers das bandas que influenciaram o Metallica. Um petardo com a apresentação aos fãs do novo baixista, Jason Newsted, oriundo da Flotsam & Jetsam.
Em 1988 veio o primeiro álbum de estúdio após a morte de Burton: ...And Justice For All. Outro grande álbum, mas que peca pela produção, que tirou os graves dos bumbos e aliviou a distorção e o peso das guitarras.
Revigorado pelo retorno e pelo relativo sucesso de ...And Justice For All, em 1991 o Metallica preparou um obra prima para seus fãs, quando lançou o Black Álbum, considerado por muitos e pelos críticos o melhor álbum da banda. Enter Sandman lidera a lista de hits, seguida por The Unforgiven, Nothing Else Matters e a pesadíssima Sad But True.
Depois disso, o Metallica passou por um período de letargia criativa. Vieram, na sequencia, os álbuns Load, Reload, Garage Inc. (outro álbum de covers, que incluia os demais EP's de covers gravados nos tempos de Burton) e St. Anger, este último em 2003, que talvez tenha sido a fase mais conturbada do Metallica.
Este período está retrado no DVD Some Kind of Monster. A briga com Jason Newsted, as brigas entre James e Lars, o afastamento de James da banda, a suspensão das gravações do disco. Tudo isto pôs à prova todos os anos de estrada e sucessos do Metallica, já abalados pela briga com o Napster e com um princípio de boicote dos fãs aos discos Load e Reload, os quais eram considerados excessivamente comerciais.
Mas eis que o Metallica renasce das cinzas. Com produção de Rick Rubin (já comentada em post anterior), o Metallica recuperou o vigor dos tempos de ouro. Recobrou os sentidos, contratou o ótimo baixista Robert Trujillo (ex-Ozzy) e lançou o álbum Death Magnetic, de 2008, seguramente um dos mais pesados de sua história.
O show do dia 28 me trouxe a certeza que o Metallica, depois de quase 30 anos de estrada, permanece sendo e sempre será a maior banda de heavy metal de todos os tempos. E esta certeza começa já no momento em que as luzes que ficam para o público se apagam e se vê nos telões a cena do filme Ecstasy of Gold. Todos gritam e a trilha de Enzo Morricone anuncia: aí vêm eles!
Creeping Death chega matadora. Uns choram. Outros urram. Eu só corri em direção ao palco.
Dali, durante 2 horas, o Metallica nos privilegiou com grandes clássicos e sucessos, organizados em um set list que beirou a perfeição. Encerramento com o petardo Seek & Destroy, que fechou de forma genial o verdadeiro espetáculo proporcionado ao público porto-alegrense.
Ponto negativo para a bagunça causada pela Opinião Produtora, que não tem as menores condições de montar um evento dessa magnitude. Além da lama onde o público chafurdou por duas horas, havia muita lama e entulhos no caríssimo estacionamento oficial de R$ 15,00. Quem parou lá, precisou paciência para aguradar duas horas e meia para sair.
Mas nem isso, nem a gafe de James (que disse várias vezes ser esta a primeira vez do Metallica em POA) foram capazes de tirar o brilho da apresentação de gala que os quarentões do heavy metal nos proporcionaram.
METAL UP YOUR ASS!!!!